segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

APOSTILA Geografia

                                                       Geografia do Brasil

                                             Apostila Geografia do Brasil

GEOGRAFIA DO BRASIL


DIVISÃO POLÍTICA E REGIONAL DO BRASIL

1. Região Norte
É formada por 7 Estados, ocupando 45,25% da área do Brasil e possuindo 11.159.000 habitantes (1995 = 7,2% do Brasil). No período de 1980 a 91, a Região registrou a maior taxa de crescimento populacional (3,9%) do Brasil, sendo Roraima o Estado que teve a taxa mais alta de cres­cimento populacional, aumentando de 79.159 para 262.200 habitantes.

2. Região Nordeste
É formada por 9 Estados (Fernando de Noronha foi anexado a PE), abrangendo 18,28% da área do Brasil. Nes­sa região vivem 28,8% dos brasileiros. Constitui uma área de intenso êxodo populacional, fornecendo migrantes para as demais regiões. A região apresenta enormes disparida­des econômicas e naturais entre suas diversas áreas. Dis­tinguem-se as seguinte regiões geoeconômicas: Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio-Norte.
O maior problema do NE não é a seca, mas sim a desigualdade social apoiada no desequilíbrio da estrutura fundiária.

3. Região Centro-Oeste
É formada pelos Estados de MT, MS, GO e pelo DF. Abrange 18,86% da área do Brasil e é a região menos po­pulosa, com 10.272.700 habitantes, isto é, 6,59% da popu­lação nacional.
Caracteriza-se pelo domínio do clima tropical semi-­úmido, de extensos chapadões e da vegetação do cerra­do. Possui grande crescimento populacional e rápida e elevada urbanização. É a nova fronteira agrícola do país, onde uma agricultura mecanizada, com insumos moder­nos, e o método da calagem estão transformando antigas áreas pecuaristas em exportadoras de soja.

4. Região Sudeste
É formada por 4 estados. É a mais populosa, mais povoada e urbanizada região brasileira. Com 66.288.100 habitantes, ou seja, 42,5% da população brasileira, apre­senta 71,3 habitantes por km2 e 90,0% de urbanização. Destaca-se pelo dinamismo econômico, representado por elevada industrialização, grande produção agropecuária, concentração financeira e intensa atividade comercial.

5. Região Sul
Formada por 3 Estados, abrange apenas 6,76% da área brasileira, sendo a menor região do país. Possui 14,84% da população nacional, tendo registrado o menor cresci­mento populacional do Brasil nas duas últimas décadas. É uma região com traços marcantes e homogêneos como o domínio do clima subtropical, fortes marcas da ocupação européia, elevada produção agrária e destacável cresci­mento industrial.

O BRASIL NA AMÉRICA LATINA

1. Apresentação
O Brasil destacou-se na América Latina, contando com um terço da população e do produto interno bruto de toda a região, e a melhor performance no PIB per capita. No âmbito da política externa o Brasil exerceu a capacida­de de negociação inicialmente com a América Latina e depois em nível das relações externas, mas a direção dos fluxos comerciais colocam-no ainda entre os países peri­féricos, que comercializam mais com os países desenvol­vidos do que com os seus vizinhos.
Os maiores clientes e fornecedores são ainda os EUA e a Europa (à exceção do fornecimento de petróleo pelo Oriente Médio). Dados recentes da ALADI (Associação Latino-Americana de Desenvolvimento e Integração) in­dicam que as importações latino-americanas de produtos originários dos EUA têm aumentado em países como o Brasil e a Argentina a taxas, em certos casos, cinco vezes superiores às do incremento de suas exportações.

2. As Organizações Políticas e Econômicas da América Latina

OEA – Associação dos Estados Americanos

Reunidos na cidade de Bogotá, capital da Colômbia, em 1948, 21 países americanos decidiram pela criação da Organização dos Estados Americanos (OEA) com sede em Washington. Seus princípios são:
l Os Estados americanos condenam a guerra de agressão.
l A agressão a um estado americano constitui uma agressão a todos os demais estados americanos.
l Controvérsias de caráter internacional entre dois ou mais estados americanos devem ser resolvidas por meios pacíficos.
l A cooperação econômica é essencial para o bem-­estar e a prosperidade comum dos povos do continente.
l Quando, em 1962, Cuba, um país-membro dessa organização, foi expulsa, por catorze votos (por ter optado pelo Socialismo), o Brasil não tomou parti­do se abstendo de votar, deixando que os Estados Unidos pressionassem a OEA, e a tornassem inoperante e submissa aos seus interesses.

ALADI – Associação Latino-Americana de Desenvolvimento e Integração
l Em 1960, pelo Tratado de Montevidéu, surgiu a ALALC (Associação Latino-Americana de Livre Comércio) com a finalidade de desenvolver o co­mércio entre os países-membros. No entanto, pro­blemas locais e externos limitaram sua atuação (Ex.: diferenças de grau de desenvolvimento).
l Diante dos resultados, em 1980 surge a ALADI, em substituição à ALALC, compreendendo os seguin­tes países-membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Mercosul - Mercado Comum do Sul

l Em março de 1991, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai assinaram o tratado de constituição do Mercado Comum do Sul - o Mercosul, começando suas atividades a partir de 1995.
l A integração comercial implica três aspectos operacionais: "a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos"; "coordenaçâo de políticas macroeconômicas e setoriais"; "compromisso dos Estados-partes de harmonizar suas legislações para o fortalecimento do processo de integração".
l O Mercosul segue a tendência mundial, que é a organização dos países em blocos econômicos.

3. Posição do Brasil no Mercosul
A recessão generalizada e a conseqüente carência de capitais representavam entraves para os investimen­tos infraregionais. O surgimento do Mercosul foi resulta­do da modificação desse panorama. Brasil e Argentina, através de acordos prévios de integração bilateral firma­dos entre os dois países, visavam ao desenvolvimento tecnológico complementado por uma integração comer­cial, por meio de acordos nas áreas nuclear, financeira, industrial, aeronáutica e biotecnológica.
O Tratado de Assunção, que definiu os contornos do Mercosul, enfatiza o projeto de integração comercial. No entanto, temos uma realidade de grandes diversida­des geográficas, demográficas e econômicas que impõe políticas decorrentes das peculiaridades de cada país; portanto, não é aceitável uma estrutura rígida para o Mercosul. Esta impediria não só suas políticas nacionais, como também o prosseguimento de sua afirmação como países capazes de desenvolver-se tecnologicamente e al­cançar condições que lhes permitiam atingir a importân­cia internacional que suas dimensões justificam.
O Mercosul tem por objetivo a implantação do livre comércio entre os seus países. Para atingir esse objetivo, as tarifas - (impostos ou taxas) aplicadas sobre os pro­dutos importados de cada um dos países-membros de­vem sofrer reduções gradativas, até a completa elimina­ção.
Existe uma crítica à formação de blocos econômicos regionais e subregionais na América. Acredita-se que um projeto lançado em 1989 pelo ex-presidente dos Estados Unidos, George Bush, chamado de "Iniciativa pelas Amé­ricas", que busca a formação de uma vasta zona econô­mica livre, que se estenderia do Alasca até a Terra do Fogo, isto é, por toda a América, na tentativa de concor­rer com a Europa, que já formou e colocou em prática, desde 1° dejaneiro de 1993, o Espaço Econômico Euro­peu, considerado o maior bloco comercial do mundo.
Na Cúpula de Miami, em 1994, decidiu-se que o blo­co continental ALCA (Área de Livre Comércio das Amé­ricas) terá vigência somente a partir de 2005. Desde 1997, tem aumentado a pressão dos EUA para a consolidação da ALCA.

POPULAÇÃO BRASILEIRA

1. Características gerais
Em 1872, o Brasil resolveu fazer o primeiro recensea­mento dos dados da população brasileira e descobriu-se que somávamos mais de 10 milhões de habitantes. Quase 120 anos depois, atingimos a marca de 155,8 milhões de habitantes (95). Tornamo-nos um dos países mais popu­losos do mundo, ocupando a quinta posição mundial e a segunda no Continente Americano, logo após os EUA.

2. Distribuição da população
É importante lembrar que, apesar do Brasil ser um país populoso, possui baixa densidade demográfica (18,2 hab/km2), ou seja, um país pouco povoado. Apresenta uma irregular distribuição populacional pelo território. Há forte concentração de pessoas na faixa litorânea (região Sudeste). No Rio de Janeiro, a densidade passa de 300 hab/km2. No interior, a densidade torna-se gradualmente menor, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde encontramos 1,1 hab/km2, como em Roraima e 1,4 hab/km2, no Amazonas. De forma geral, as maiores con­centrações populacionais estão próximas ao litoral, numa faixa de aproximadamente 300km2, onde a densidade ul­trapassa 100 hab/km2 em algumas áreas. Toda essa faixa possui densidade acima de 10 hab/km2.
Além dessa faixa, para o interior a população torna-se paulatinamente mais escassa, passando por uma densi­dade que seria mediana no Brasil. Esta faixa, com densi­dade de 1 a 10 hab/km2, abrange desde o Maranhão e o Pará até o Mato Grosso do Sul. Temos, ainda, áreas com densidades inferiores a 2 hab/km2, que correspondem ao Amazonas, Amapá e Roraima.

Áreas Densamente Povoadas

Zona da Mata Nordestina, Encosta da Borborema, Agreste (PE e PB), Recôncavo Baiano, Zona Cacaueira (BA), Sul de Minas Gerais e Zona da Mata Mineira, Sul do Espírito Santo, Grande parte do Rio de Janeiro e São Paulo, Zonas coloniais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Obs.: A região Sudeste é a que apresenta a maior população absoluta, seguida da Região Nordeste. A Centro-Oeste é a de menor participação no total.

3. Crescimento Populacional
O primeiro recenseamento oficial da população bra­sileira foi realizado somente em 1872. Antes desta data, só existiam estimativas, não muito precisas, a respeito da população.
A partir de 1872, foi possível ter-se um melhor con­trole e conhecimento a respeito da evolução do cresci­mento populacional.
Observe, a seguir, a relação dos recenseamentos ofi­ciais.

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO (1940-1998)
De acordo com a tabela apresentada, notamos que o crescimento da população brasileira foi muito grande no período 1872/1990, passando de 10 milhões para 146 mi­lhões de habitantes, o que significa um acréscimo de 136 milhões de pessoas, em pouco mais de um século. Quais os fatores responsáveis por este grande e rápido cresci­mento populacional ocorrido no Brasil? Os fatores são basicamente dois: o crescimento vegetativo ou natural (fator principal) e a imigração (fator secundário).
De acordo com o censo realizado em 1991, houve uma diminuição na taxa de crescimento populacional bra­sileiro, provocada principalmente, segundo o IBGE, pela queda acentuada da taxa de natalidade e pelo aumento das migrações internas, resultantes das dificuldades provocadas pelo atual quadro socioeconômico do País.
O crescimento vegetativo ou crescimento natural da população é a diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade, ou seja:
CV = Nat – Mort

 
 



Observa-se uma redução da natalidade, a partir de 1872. Essa reduçâo, embora lenta, foi provocada por di­versos fatores, como urbanização, elevação do padrão socioeconômico da população, casamentos mais tardios e maior adoção de métodos anticoncepcionais.
Regionalmente, observam-se diferenças significati­vas no tocante à natalidade, sendo que as taxas mais elevadas são encontradas nas regiões Nordeste e Norte, enquanto as mais baixas estão nas regiões Sudeste e Sul.
A taxa de mortalidade, embora tenha sido bastante elevada até a década de 30, sofreu forte redução a partir de 1940 (2o Guerra Mundial). A redução acentuada da mortalidade, após 1940, deve-se a fatores como o pro­gresso da Medicina e da Bioquímica (antibióticos, vaci­nas), melhoria da assistência médico-hospitalar, das con­dições higiênico-sanitárias e urbanização da população. Quanto às variações das taxas de mortalidade, verifica­mos que as mais elevadas são encontradas nas regiões Nordeste e Norte, e as menores, nas regiões Sudeste e Sul; são mais elevadas nas zonas rurais que nas urbanas, e a mortalidade masculina é maior que a feminina.
Portanto, a persistência de elevadas taxas de natali­dade, aliada a uma redução acentuada da mortalidade, explica o elevado crescimento da população brasileira até 1980, sendo, no caso, o crescimento vegetativo o fator principal, e a imigração, o fator secundário. A partir de 1970, a queda da taxa de natalidade foi mais acentuada que a queda na taxa de mortalidade. Portanto, a tendência atual é a de se reduzir o crescimento vegetativo.
A mortalidade infantil continua sendo bastante ele­vada no Brasil. situando-se em torno de 50 por mil em 1990.

Estrutura etária e formação da população

1. Estrutura etária da população
O Brasil sempre foi considerado um país jovem. No entanto, de acordo com o último censo, realizado em 1991, o perfil etário da população tem apresentado mudanças. A taxa de natalidade está se reduzindo de maneira signi­ficativa nos últimos anos e isto apresenta reflexo imedia­to na construção da pirâmide etária.
Pirâmide etária é a representação gráfica da compo­sição de uma população segundo o sexo e a idade. Na construçâo da pirâmide, representam-se: homens do lado esquerdo e mulheres do lado direito da linha vertical. A escala vertical representa os grupos etários. Nas abscis­sas temos os totais absolutos ou relativos da população. A base da pirâmide representa a população jovem, a par­te intermediária, os adultos, e o ápice, os idosos.
O Brasil é considerado um país subdesenvolvido e, como tal, sempre apresentou a pirâmide com base larga e ápice estreito. Mas, de acordo com o censo de 91, houve uma mudança deste quadro, pois a população adulta pas­sou a predominar em relação àjovem. Caracteriza, assim, uma transição demográfica.
Este fenômeno ocorreu porque o Brasil passou a ser um país urbano-industrial e nestas condições as taxas de natalidade são naturalmente mais baixas.
Nota-se que as regiões de maior dinamismo econô­mico são justamente as que apresentam maiores propor­ções de adultos, indicando fatores como menores taxas de natalidade ou mesmo forte migração interna.

2. Estrutura por sexos
O Brasil, bem como a maioria dos países ocidentais, apresenta um ligeiro predomínio de mulheres. Nos esta­dos nordestinos, onde a saída da população masculina é bem mais acentuada, encontramos predomínio feminino, enquanto nos estados de migrações recentes da região centro-oeste e norte há o predomínio de homens.

3. Formação étnica da população brasileira
Três grupos deram origem à população brasileira: o índígena, de provável origem páleo-asiática, por isso tam­bém classificado como amarelo; o branco, principalmente o atlanto-mediterrâneo (portugueses, espanhóis e italia­nos), além dos germanos (alemães, suíços, holandeses), eslavos (poloneses, russos e ucranianos) e asiáticos (ára­bes e judeus) e negros, principalmente bantos e sudaneses. No século atual, mais um grupo veio integrar a popu­lação brasileira: o amarelo, de origem asiática recente, prin­cipalmente os japoneses e, em menor quantidade, os chi­neses e coreanos.
A miscigenação da população ocorreu de forma in­tensa, desde o início do processo colonial, no século XVI, quando os colonos portugueses se relacionavam com escravas negras e indígenas, muitas vezes à força, dando origem aos mestiços (mulatos e caboclos ou mamelucos), assim como o relacionamento entre negros e indígenas deu origem ao cafuzo. As estimativas sobre o número de indígenas presentes no Brasil no início da colonização e o número de escravos africanos ingressos durante a es­cravatura são muito elásticas e imprecisas, variando en­tre 2 milhões a 10 milhôes para os indígenas, e cerca de 6 milhões de escravos africanos. Por outro lado, os portu­gueses ingressos ainda no período colonial alcançaram uma cifra de aproximadamente 500 mil, e após a indepen­dência, cerca de 5 milhões, dos quais aproximadamente 2,5 milhões retornaram a Portugal. Já dos imigrantes in­gressos no País após 1850, cerca de 4,2 milhões permane­ceram no Brasil. Assim, podemos deduzir que, em termos étnicos, a maioria da população brasileira é mestiça. No entanto, as pesquisas levantadas pelos últimos recense­amentos procuram enfatizar apenas a cor da pele da po­pulação, com base na informação geralmente não muito precisa do entrevistado. A população indígena encon­tra-se reduzida a aproximadamente 0,6% da população brasileira, refletindo o etnocídio a que foi submetida, com a extinção de inúmeras nações indígenas, quer seja pelo seu extermínio físico, quer seja pelo desaparecimento de sua cultura, em função da "integração" com a sociedade global. Os negros foram reduzidos a cerca de 5% da po­pulação total, enquanto os brancos representam cerca de 54,3%, e os mestiços, genericamente denominados de par­dos nos atuais recenseamentos, atingiram o índice de cerca de 40,1 %. Obviamente que esses índices não repre­sentam especificamente a formação étnica da população brasileira, porém, apenas uma classificação quanto à cor da pele. Contudo, o que mais se evidencia nos dados coletados é o constante crescimento da miscigenação, representada pelo crescimento da população mestiça e redução percentual dos 3 grupos básicos.

BRASIL - GRUPOS ÉTNICOS NA POPULAÇÃO TOTAL

COR DA PELE
% DA POPULAÇÃO EM 1950
% DA POPULAÇÃO EM 1980
% DA POPULAÇÃO EM 1996
Brancos
Negros
Pardos
Amarelos
Não declarados
TOTAL
61,7
11,0
26,5
0,6
0,2
100,0
54,7
5,9
38,5
0,6
0,3
100,0
54,5
4,9
40,1
0,6
0,1
100,0
Fonte: IBGE: 1950, 1980 e 1996

População economicamente ativa - PEA

Dentre os aspectos relevantes que caracterizam a estrutura de uma população, ressaltam-se, pela sua influência no desenvolvimento do País, as atividades prin­cipais exercidas pela população.
Segundo um critério hoje universalmente aceito, agru­pamos as atividades humanas em três classes principais, assim denominadas:
- Setor Primário: agricultura, pecuária, silvicultura e pesca;
- Setor Secundário: indústria de transformação;
- Setor Terciário: comércio, serviços e profissões liberais.
A população ativa no Brasil, em 1991, era de 43%, o que, conjugado ao baixo nível tecnológico dos diversos setores de atividades, acarreta um baixo nível de produ­ção econômica.
Apesar de sua diminuição progressiva, o setor pre­dominante sempre foi o primário; porém, a partir de 1976, o terciário passou a ser o setor de maior absorção de ativos, enquanto o secundário sofre um grande aumento de 1970 para 1991, passando de 17,8% para 22,7%.
Dentre as regiões brasileiras, a Norte e a Nordeste são as que apresentam maiores concentrações no setor primário, enquanto a Sudeste e a Sul são as regiões de menores concentrações.
Na década de 70, o crescimento do setor secundário foi maior, uma vez que o país atravessou uma fase de grande desenvolvimento industrial ("Milagre Brasileiro").
Evidentemente, a população ativa utilizada no setor secundário concentra-se fortemente no Sudeste, já que a grande maioria da nossa indústria de transformação encontra-se nessa região.
O grande aumento do terciário ocorreu devido ao desenvolvimento do País, juntamente com a urbanização da população, que passou a exigir mais intensamente as atividades de serviços.
Temos observado, nas últimas décadas, uma impor­lante transferência da população economicamente ativa do setor primário para o setor terciário. Este fenômeno explica-se pela importante urbanização verificada nas úl­timas décadas, principalmente no Sudeste, somada às transformações verificadas na zona rural.
A região de maior participação da população femini­na na população economicamente ativa é a Sudeste.
A maior participação da população feminina ocorre em atividades sociais e de prestação de serviços. Nestas áreas, a participação feminina chega a superar a masculina.

RANKING DA QUALIDADE DE VIDA


Melhores Estados

Esperança de vida ao nascer (anos)
Taxa de alfabetização dos adultos
PIB – per capita (em US$)
IDH
Rio Grande do Sul
Distrito Federal
São Paulo
Santa Catarina
Rio de Janeiro
74,6
70,1
68,9
70,8
68,8

89,9%
90,8%
89,8%
90,1%
90,3%
5.168
5,263
5.243
5.114
5.201
0,871
0,858
0,850
0,842
0,838

Piores Estados
-
-
-
-
Paraíba
Alagoas
Piauí
Ceará
Maranhão
53,7
55,7
65,1
56,8
62,7
58,3%
54,7%
58,3%
62,6%
58,6%
1.915
2.413
1.339
2.203
1.695
0,466
0,500
0,502
0,506
0,512
Fonte: IPEA – 1996

 

 

 

DISTRIBUIÇÃO DA RENDA NO BRASIL


 

Participação nos rendimentos %


1960

1970

1980

1995

Os 50% mais pobres

Os 40% intermediários
Os 10% mais ricos

17,4

43,0
39,6

14,9

38,4
46,7

12,6

36,5
50,9

13,1

38,7
48,2

TOTAL

100,0

100,0

100,0

100,0

 

 

MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS INTERNOS

1. Introdução
Entre outras explicações que se podem aventar para o fraco interesse que os homens públicos de nosso país têm demonstrado para o problema da migração nos últi­mos anos, destaca-se a importância assumida pelas cor­rentes de migração interna. Correntes orientadas de uma região para outra no interior do país ou entre Estados de uma mesma região, ou dos campos para as cidades (êxodo rural), têm permitido, pela sua intensidade, substituir a presença do elemento estrangeiro. Os principais movi­mentos migratórios ocorridos no Brasil foram:
a) Migração de nordestinos da Zona da Mata para o sertão, séculos XVI e XVII (gado);
b) Migrações de nordestinos e paulistas para Minas Gerais, século XVIII (ouro);
c) Migração de mineiros para São Paulo, século XIX (café);
d) Migração de nordestinos para a Amazônia, sécu­lo XIX (borracha);
e) Migração de nordestinos para Goiás, década de 50 (construção de Brasília); e
f) Migrações de sulistas para Rondônia e Mato Gros­so (década de 70).
As áreas de repulsão populacional são aquelas que perdem população por diversos fatores, como por exem­plo, a falta de mercado de trabalho, ou a dificuldade das atividades econômicas em absorver ou manter as popula­ções locais.
As áreas de atração populacional são aquelas que exercem atração sobre as populações de outras áreas, pois oferecem melhores condições de vida.

2. Mlgração de campo-cidade ou êxodo rural
Consiste no deslocamento de grande parcela da po­pulação da zona rural para a zona urbana, transferindo-se das atividades econômicas primárias para as secundárias ou terciárias. Esse é na atualidade o mais importante mo­vimento de população e ocorre praticamente no mundo todo.
Nos países subdesenvolvidos, ou em vias de de­senvolvimento, a migração do campo para a cidade é tão grande que constitui um verdadeiro êxodo rural. Ela intensificou-se a partir do surto industrial do Sudeste, iniciado na década de 40.
Entre as causas do êxodo rural, destaca-se, de um lado, o baixo nível de vida do homem do campo, ocasio­nado pelos baixos salários recebidos pelo trabalhador rural, pela falta de escolas, de assistência médica; de ou­tro, a atração exercida pela cidade, onde parece haver oportunidade de alcançar melhor padrão de vida.
Na prática, não aconteceu por dois motivos:
a) o mercado de trabalho não cresce no mesmo ritmo da oferta de mão-de-obra;
b) o baixo grau de qualificação dessa mão-de-obra, sem nenhum preparo para atender às necessidades dos setores secundário e terciário.
As pessoas vindas do campo acabam por engrossar as fileiras do subemprego ou mesmo do desemprego, so­frendo sérios problemas socioeconômicos. Um dos refle­xos desse fato é a ampliação desordenada e incontrolável das favelas, que cobrem grandes áreas, principalmente nas regiões menos valorizadas das cidades.
Na zona rural, a maior conseqüência da migração para as cidades é o despovoamento, que, sem ser com­pensado pela mecanização e aliado a outros problemas, ocasiona queda da produção e elevação do custo de vida.
O Estatuto do Trabalhador Rural, em 1964, foi criado com a intenção de beneficiar o homem do campo, obri­gando os proprietários de terras a encargos trabalhistas, como salário mínimo, décimo terceiro salário, férias, etc. No entanto, não podendo ou não querendo assumir tais encargos, muitos proprietários preferiram dispensar boa parte de seus empregados, o que acabou por intensificar o êxodo rural. Nas cidades do interior, os trabalhadores dispensados transformam-se em bóias-frias, os diaristas, que trabalham apenas em curtos períodos, sem nenhuma garantia.
Em síntese, as principais causas e conseqüências do êxodo rural são:
Causas repulsivas:
a) excedentes populacionais que acarretam um desequilíbrio entre mão-de-obra disponível e a oferta de emprego;
b) mecanização de agricultura;
c) secas, inundações, geadas;
d) erosão e esgotamento do solo;
e) falta de assistência médica e de escolas;
f) baixa remuneração no trabalho;
g) concentração das terras, em mãos de poucos;
h) Estatuto do Trabalhador Rural.

Causas atrativas:
Melhores condições e oportunidades de vida que as cidades oferecem:
a) empregos;
b) escolas;
c) moradia;
d) profissionalização;
e) assistência médica.

Conseqüência do êxodo rural:
Nas zonais rurais: perda da populaçáo ativa e queda geral da produção ou estagnação econômica das áreas rurais, quando a saída de trabalhadores não é compensa­da pela mecanização.
Nas zonas urbanas: rápido aumento da população; maior oferta de mão-de-obra nas cidades, com salários baixos, falta de infra-estrutura das cidades; desemprego; formação de favelas; delinqüência; mendicância.

3. Hoje: a atração dos centros regionais
Na década de 90, devido à crise econômica, têm ocor­rido duas situações:
1) A migração de retorno, em que milhares de nor­destinos, expulsos do mercado de trabalho em contra­ção, retornam às suas cidades de origem.
2) O crescimento nas áreas industriais e agroindus­triais das capitais regionais, cidades com forte atração dos migrantes brasileiros.
A década de 90 registra o fim das grandes correntes migratórias, como a dos nordestinos ou a dos paranaen­ses. Hoje os movimentos migratórios são pequenos e bem localizados, em geral, em direção a capitais regionais. Agora, em vez de mudar para São Paulo, os nordestinos preferem buscar empregos e oportunidades nas próprias capitais nordestinas ou em cidades médias da região, transferindo para o NE problemas que antes eram típicos das grandes metrópoles do Centro-Sul.

4. 1970-1990: a nova fronteira agrícola do Brasil
A partir da década de 70, a região Sul passou a ter importância como área de saída populacional em direção à nova fronteira agrícola brasileira (MT/RO). O desenvol­vimento na região Sul, o aumento das culturas mecaniza­das, a geada negra que atingiu a cafeicultura e o cresci­mento do tamanho médio das propriedades foram fatores que colaboraram para a expulsão dos trabalhadores ru­rais e dos pequenos proprietários.
O PR registrou a maior saída de migrantes no Sul. A população do Centro-Oeste cresceu 73% na década de 70 enquanto a da região Norte obteve maior crescimento na década de 80. Nessas duas regiões, o crescimento deu-se devido ao forte fluxo migratório, favorecido pelo projeto de colonização e pela abertura de novas rodovias.
Rondônia registrou grande crescimento migratório, pois sua população aumentou 342% na década de 70.

Migrações Internas Recentes

Áreas de forte atração populacional:
l Brasília e periferia;
l áreas metropolitanas de caráter nacional e regio­nal;
l áreas de ocupação recente do oeste paranaense e catarinense;
l RO, AP e PA;
l áreas pioneiras ao longo da rodovia Belém-Brasília, como Capitão Poço e Paragominas, no Pará;
l áreas madeireiras e mineradoras da Amazônia;
l áreas de colonização baseada em médias e peque­nas propriedades no Pará; e
l áreas de expansão da pecuária de corte em man­chas de cerrados no Centro-Oeste.

Áreas de Evasão Populacional:
l áreas onde a cultura do café vem sendo substituí­da pela pecuária de corte: Colatina e Alto São Mateus, no ES; Mantena e Manhuaçu, em MG.
l áreas onde a cafeicultura vem sendo substituída por outras culturas comerciais ou pela pecuária, como a região da Borborema, na Paraíba;
l áreas de economia estagnada pela pecuária exten­siva: Baixo Balsas no MA e Alto Parnaíba no PI.

5. Migrações diárias
Podemos citar outros fluxos migratórios internos pela sua temporariedade, apresentando ritmos, dimensões e objetivos variados e que são chamados migrações pendu­lares.
Os principais são:
l Deslocamentos dos Bóias-Frias
Morando na cidade, dirigem-se diariamente às fazen­das para trabalhos agrícolas, conforme as necessidades dos fazendeiros. Trata-se de um movimento urbano-rural.

l Deslocamentos dos Habitantes de Cidades-Dormi­tórios
Movimentos pendulares diários inconstantes dos núcleos residenciais periféricos em direção aos centros industriais. Relacionado às imigrações de trabalho pró­prias das áreas metropolitanas, tais como: SP, RJ e Belo Horizonte. Nas grandes metrópoles, a especulação imo­biliária, aliada aos baixos salários, empurra o trabalhador para longe do seu trabalho, obrigando-o a se utilizar de, transporte coletivo, na maior parte precário ou insufici­ente para atender ao enorme fluxo populacional.

6. Movimentos migratórios externos
Migrações constituem formas de mobilidade espa­cial com mudança de residência. Podem ocorrer de modo diverso em nível interno e externo. As causas dos movimentos migratórios podem ser agrupadas em:
ordem naturalà clima
ordem materialà econômica
ordem espiritual à religiosa, étnica, política
De modo geral, as causas mais comuns são as de ordem econômica e referentes à busca de melhores condi­ções de existência material e que têm levado os indivíduos a deixarem sua terra natal e se deslocarem para outros lugares.
As migrações podem ser espontâneas ou livres (sem o controle de um órgão disciplinador). Foi o que houve no Brasil até 1934, quando medidas constitucionais limitaram o movimento dos imigrantes das mais diferentes naciona­lidades que haviam ingressado no país nos cinqüenta anos anteriores.
As migrações forçadas constituem uma forma de vio­lação da liberdade humana, pois as pessoas são deslocadas por interesse de outros grupos.
Como exemplo, pode-se citar a escravidão africana ou as deportações de judeus, europeus e outros povos durante a Segunda Guerra.
Considerar o imigrante apenas como um dado quan­titativo é errado. Outros aspectos devem ser levados em consideração, tais como:

Suas características sociais

1) cultura e etnia
2) instituições dos países de origem
3) formação profissional
4) processo de educação
5) religião
6) formação ideológica

Seus aspectos econômicos

1) ampliação da força de trabalho
2) introdução de mão-de-obra qualificada
3) custo de criação já pago
4) ampliação e diversificação do mercado consumidor
5) estímulo à elevação da produtividade
6) ampliação do quadro demográfico

As migrações internas refletem no deslocamento as mudanças econômicas que estão ocorrendo nas diferen­tes regiões do país, modificando o processo de ocupação territorial.
Quanto aos países, o interesse em emigrar está rela­cionado à busca de melhores condições de vida, que nem sempre tiveram uma boa repercussão, implicando a mu­dança das áreas de recepção.
Desde a colonização, o Brasil foi um país receptor de migrantes, no entanto, as mudanças socio-políticas e eco­nômicas verificadas ao longo dessa evolução levaram muitos brasileiros a emigrar, na tentativa de melhorar sua condição de vida.

Imigração no Brasil

Teoricamente, podemos dizer que a imigração come­çou no Brasil em 1808, embora os primeiros imigrantes tenham chegado no ano de 1818, durante a regência de D. João VI, por ocasião da publicação de um decreto em 25 de novembro do mesmo ano, o qual permitia ao governo conceder terras aos estrangeiros.
A partir desta data, até os dias atuais, entraram no Brasil aproximadamente 5,5 milhões de estrangeiros, ten­do, alguns regressado para o país de origem.
Em 1752, 1.500 famílias se instalaram no Rio Grande do Sul, fundando o Porto dos Casais, atual cidade de Por­to Alegre.
Entre 1808 e 1850, verificamos as seguintes experiên­cias de colonização:
l Em 1819, cheguu ao Brasil a primeira leva de imi­grantes não-portugueses. Eram cerca de 1.700 suí­ços de língua alemã, provenientes do Cantão de Friburgo, que o governo instalou no Rio de Janei­ro, onde fundaram, em 1820, a atual cidade de Nova Friburgo.
l Em 1824, teve início a colonização alemã em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, e, em 1827, outra colônia alemã foi instalada em Rio Negro, no Paraná.
l Em 1829, foi fundada uma colônia alemã em Santo Amaro (SP) e outra em São Pedro de Alcântara (SC).
l Em 1830, foi criada uma colônia alemã no Espírito Santo.
Nos últimos cem anos, é possível distinguir quatro períodos sucessivos:
l período alemão (1850-1871);
l período ítalo-eslavo (1872-1886);
l período italiano (1887-1914) - foi o período de maior entrada, chegando a atingir 100.000 imigran­tes anuais;
l período japonês (1920-1934).
A imigração no Brasil foi, na maior parte das vezes, provocada, e raramente espontânea. Por esse motivo, as maiores entradas coincidiram com períodos em que houve escassez de mão-de-obra na nossa lavoura, intensifican­do-se, por isso, a propaganda brasileira no exterior.

Etnia: conjunto de indivíduos que apresentam idên­ticos caracteres físicos e culturais.
Força de trabalho: conjunto de faculdades físicas e mentais que habilitam um homem a realizar qualquer ativi­dade produtora de riqueza.
Custo de criação: ou de formação do indivíduo cor­respondente à quantidade gasta à criação e formação de uma criança até que ela se torne um produtor.
Aculturação: termo sociológico que se refere ao con­junto dos fenômenos determinados pelo contato de gru­pos de indivíduos de culturas diferentes.
Assimilação: interpretação e fusão de culturas.
Enquistamento: relativo à formação de "quistos ra­ciais" e culturais, dificuldade em assimilar culturas.
Latifúndio: propriedade rural de grande dimensão ge­ralmente inexplorada ou indevidamente explorada.
Minifúndio: propriedade rural de pequenas propor­ções, geralmente explorada através da agricultura de sub­sistência.
Policultura: sistema agrícola que se baseia no culti­vo de vários produtos simultaneamente, em diferentes es­paços.
Expropriar: retirar alguma coisa de alguém, roubar.
Grileiro: aquele que procura apossar-se de terras alheias mediante escrituras falsas.
Arrendatário: aquele que arrenda uma propriedade ou parte desta, mediante certo preço e tempo.
Posseiro: que se estabelece em terras de alguém com o intuito de produzir para sua subsistência e seu grupo.
Parceiro: tipo de exploração indireta da terra onde se estipula a porcentagem para divisão dos lucros.

Fatores favoráveis à imigração

Entre os vários fatores favoráveis à imigração, pode­mos citar os seguintes:
l grande extensão do território e escassez de popu­lação;
l desenvolvimento da cultura cafeeira no Planalto Paulista, que passou a exigir numerosa mão-de-obra;
l dificuldades em se obter escravos africanos após a extinção do tráfico (1850);
l abolição da escravatura (13/5/1888);
l custeio dos gastos de transporte do imigrante pelo governo;
l crise econômica na Itália, Alemanha e Espanha, ca­racterizada pelo desemprego, estimulando o fluxo imigratório para o Brasil.

Fatores desfavoráveis à imigração

Entre os fatores desfavoráveis, podemos citar os se­guintes:
l tropicalidade do país, em contraste com os países de emigração, que são, em geral, de clima temperado;
l falta de uma firme política de colonização e imigra­ção;
l falta de garantias para os que aqui chegavam como imigrantes;
l obrigatoriedade, por parte do imigrante, de pagar o financiamento da viagem.

Alterações na década de 30

A partir da década de 1930, diminuiu acentuadamen­te a entrada de imigrantes, devido a vários fatores:
l tendência a evitar saídas de indivíduos, por parte dos países emigratórios;
l melhoria das condições sociais dos povos euro­peus;
l crise da Bolsa de Nova Iorque, com a conseqüente crise econômica no Brasil (1930);
l medidas constitucionais de 1934 e 1937, que esta­beleceram a cota de imigração, isto é, só poderiam entrar no país 2% de cada nacionalidade dos imi­grantes que haviam entrado entre 1884 e 1934;
l medidas legais com o intuito de fazer uma seleção profissional (80% dos imigrantes que entravam a cada ano deveriam ser agricultores e permanecer um mínimo de 4 anos na lavoura);
l seleção de caráter social:
l última Guerra Mundial.
Durante a Segunda Guema Mundial, praticamente, paralisou-se a imigração, tendo entrado apenas 18.500 imigrantes no país.

Fatores que motiveram a imigração para o sudeste e sul

l natureza climática dessas regiões, por terem favo­recido a instalação dos europeus;
l desenvolvimento da cultura cafeeira, principalmen­te em São Paulo;
l colonização de povoamento, desenvolvida no Sul do país principalmente;
l desenvolvimento econômico ocorrido anós 1850.

Conseqüências desta imigração

l formação das pequenas e médias propriedades ru­rais;
l introdução de novas formas de produção rural;
l introdução de novos vegetais na agricultura;
l composição étnica com predominância de brancos.

Grupos de imigrantes

1. Suíços de língua alemã
Foram os primeiros imigrantes chegados ao Brasil (1819). Fixaram-se no Rio de Janeiro, fundando a cidade de Nova Friburgo. Esta colonização não deu o resultado esperado, principalmente por falta de meios de comunica­ção e transporte. Mesmo assim, foi esta a primeira colônia de imigrantes não-portugueses, organizada e subvencio­nada pelo governo.

2. Alemães
Começararam a chegar a partir de 1824. Radicaram-se principalmente no Rio Grande do Sul, fundando São Leopoldo, Novo Hamburgo, Gramado e Canela, e em San­ta Catarina (Vale do Itajaí), onde fundaram Blumenau, Brusque, Itajaí e, no litoral de Santa Catarina, Joinville. Fixaram-se, também, nas proximidades de São Paulo (San­to Amaro), Rio de Janeiro e Espírito Santo (Colatina).
Em São Paulo, na região de Limeira, em 1852, um plantador de café, o senador Vergueiro, transferiu 80 famí­lias de camponeses alemães para a sua Fazenda Ibicaha. Depois, outros fazendeiros fizeram o mesmo.
Por meio do sistema de colônias de povoamento e utilizando o sistema de trabalho familiar, os alemães difun­diram, no Sul do país, a policultura em pequenas proprie­dades e a "indústria doméstica".
A influência dos alemães é principalmente notada em Santa Catarina, onde encontramos construções, hábitos alimentares e outros aspectos típicos da cultura germânica.
Em 1970, o total de imigrantes alemães era de aproxi­madamente 260 mil, sendo 38% em São Paulo, 17% no Rio Grande do Sul e 12% 

Um comentário: